Queria, na verdade, começar e terminar o texto assim: Mãe e ponto final!
Creio que só esta palavra
de três caracteres e um acento já definiria e preencheria vários “cadernos” que
correm às “prateleiras” da linguística. Estaria preenchido o caderno de provas
do ENEM e o candidato aprovado em primeiro lugar.
No entanto, a bem do discurso
e da vida trago algumas linhas do que semeei dentro de mim, e, consequentemente
do que já houvera dentro de minha mãe, eis que lá já habitei. No canto
encantado de um ventre materno.
Pode, na verdade, parecer até
piegas depois tantas homenagens no dia de hoje - DIA DAS MÃES - (dia 12/05/2019
às 21:34) eu vir aqui falar de mãe novamente, cansar os leitores. E falar de
mãe cansa? Mil vezes não!
Pois bem!
Não citarei o que os dicionaristas
caracterizaram e sintetizaram sobre mãe. Não se sintetiza mãe, mãe se alarga, estende.
Então, quando falamos de mãe temos que transcender, por oportuno, aquele ser
que vive conosco, ou não, e que nutrimos um sentimento por ele que chamamos de
mãe. Ali está a materialidade de mãe – está um invólucro que carrega uma mãe.
Já dizia Antoine de Saint-Exupéry
do seu significativo “O pequeno príncipe – O Essencial está invisível aos olhos!”
Será que me faço entender?
Mãe, ao meu ver, é um sentimento,
e, frise-se: O maior sentimento instintivo que um ser pode ter. Isso mesmo, um
ser. Com esta intercessão não adstringi a conversa a nós orgulhosos seres
humanos que, naturalmente, pensamos que que somos os únicos protagonistas e
figurantes desta grande ópera que se chama universo. “Há mais coisas entre o céu e na terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia” – William Shakespeare.
O melhor lugar que poderemos observar
e sentir em sua plenitude, este bonito sentimento, é no mundo animal, lá o
sentimento “Mãe” irradia institivamente sem necessidade de tabelião apor na certidão
de nascimento um nome e um sobrenome; sem necessidade, também, de intervenção
judicial etc. No mundo animal o sentimento mãe baila nu, tal qual a lua dança
no arrebol do céu.
Neste mundo animalesco é donde
podemos perceber a sensação, não do filho, mas da mãe. O amor de mãe não se
sente pelo o receptor em sua maior frequência, o amor de mãe é ato de doar-se. É
um ato de dar-se sem querer nada em troca.
E quando o filho a perde? Chora esbraveja,
mas, na maioria das vezes é pelo o vazio de ter recebido e não ter doado, é,
antes de tudo, pela sensação de “e se”, “e se” - A pior sensação do mundo.
Corriqueiramente eu vejo do filho
para mãe mais um ato de gratidão, pena, assistencialismo, mas não de amor. Um
ato de amor é leve, suave e flutua.
Eu vejo pesos e afundamentos
diários nas redes sociais, mas nos dias das mães é muito pior. Piegas de fingimento
povoam as navegações nas redes sociais. Mais uma vez usando as nossas “Mãezinhas”
em vão.
Na verdade, deveria constar no
código penal: Usar o nome de mãe em vão e ter cominada a mais alta pena e
hediondez.
Mas seguindo, não quero desatracar
meu barco ainda do reino animal. Podemos ver neste reino encantado inconsciente,
porém sentimental e instintivo, duas ocasiões que o amor materno aflora aos
nossos olhos: A primeira é quando a “Bos
Tauros”, mais conhecida por “VACA”, (tadinha dela! Anda sendo comparada com
cada tipo de gente) dá a luz a uma cria.
Podemos ver o sentimento de amor
materno livre e solto, e, melhor, institivamente e sem necessidades de exame de
DNA, certidões de nascimento e nomes complicados para atestar a maternidade.
Neste ato de parto a mãe tem o
seu primeiro instinto de lamber a sua cria – É o efeito limpeza – provavelmente
influenciado pela substancia prolactina que é liberada. Pode-se misturar o bezerro
junto a outros recém-nascido, mas a lambida acalentadora só terá o bezerro amado
por cada mãe.
O amor no reino animal, sem
querer adentrar à outras espécies, é puro, perfeito e desinteressado.
Ainda no reino animal temos os Gallus Gallus domesticus, a nossa amada “Galinha”,
que tem outra perfeita e sentimental forma de amor materno. A galinha coloca os
seus ovos com amor e sacrificando o seu tão minúsculo órgão excretor, porém,
não para por aí, não larga a sorte a sua cria e deixa o mundo resolver e
nascida do pintinho.
A galinha põe os ovos e quando atinge
mais ou menos 12 (Doze) ovos, uma dúzia (Podendo passar ou não) ela veste-se no
calor materno e começa oferecer o seu calor para esquentar os ovos e
proporcionar que em 21 [Vinte e um] dias os seus “filhos” venham ao mundo, servindo de incubadora. Este processo tem o
nome de Chocadeira (Neste momento a galinha está choca).
É lindo o amor materno, mais
lindo ainda como é instintivo!
Como já dito, o amor materno
transcende o que o ser humano tem de diferente, que é a inteligência consciente.
O amor materno é instintivo e sensitivo, não se explica com palavras. Neste
texto não tratei de “amor materno masculino” e “amor materno por adoção”, este
tema ficará para um próximo em momento bem próximo.
Voltando. Eu pergunto: Quantos de
nós já fomos surpreendidos por nossas mães nos ligando depois de situações tristes
ou inusitadas ocorrida em nossas vidas e que ela não tinha como saber? É
extinto puro! É amor puro! É, como Djavan expôs em bela canção: [...] Ouro de mina!
Uma dupla de repentistas da Paraíba,
os Nonatos, escreveram brilhantemente uma canção para as mães que começa da
seguinte forma “Mãe, atuamos juntos na
cena do parto. Sem cobrar diária seu ventre foi quarto e hotel cinco estrela
para o conforto meu”.
Genialmente os repentistas que compuseram
esta letra floreiam para nós o ato que após da concepção foi a nossa estada, o
nosso primeiro hotel, recebendo os influxos e sentimentos de nossa anfitriã e,
ainda, ligando-nos por um fio mágico (cordão umbilical). Somos, na verdade, uma
extensão do amor materno, das nossas mães.
Rezo para que nós estendamos o
amor e o orgulho da nossa mãe, tal qual mostramos hoje. Peço que dancemos a valsa
da vida, olhando nos olhos das nossas mães e sem pisar vossos pés.
Peço, ainda, que contemplemos o
lago do amor materno com todos os adereços que existe lá (É proibido alterar a
cena): folhagens de defeitos dentro; pedaços de limitações, enfim, contemplemos
a flor do amor materno – somente – e não prejudiquemos a paisagem simplesmente para
querer torná-las iguais a nós.
Lembrem-se: somos os acessórios,
elas os principais.
E ao final e depois da taça
bebida, chegaremos a seguinte conclusão, tal qual chegou BELCHIOR em sua canção
como nossos pais: Minha dor é perceber/ Que apesar de
termos feito tudo, tudo/ Tudo o que fizemos/ Nós ainda somos os
mesmos/ E vivemos/ Ainda somos os mesmos/ E vivemos/
Ainda somos os mesmos/ E vivemos como os nossos pais.
Então, por que querer mudá-las?
Por isso, concluo que mãe é indefinível.
Mãe é mãe e ponto final.
JORGE LEANDRO CARVALHO GÓIS
Itabaiana/SE, 12/05/2019 - 21:34
JORGE LEANDRO CARVALHO GÓIS
Itabaiana/SE, 12/05/2019 - 21:34
Nenhum comentário:
Postar um comentário