O MEU JOÃO SÁ DE ANTIGAMENTE
Leandro Góis - 14/04/2016
Essa semana Santa, como de costume, rumei para Coronel João Sá para brindar com minha família mais um transcurso da Quinta-feira maior e Sexta-feira da Paixão - por sinal -para a minha alegria está um luxo ir pra minha terra. Tudo asfaltado.
Mas, quando estava em meu escritório, na Padaria de Zé de Sinhozinho [rsrs], vez por outra lembrava de uma infância humilde, simples, mas porém inesquecível que minha geração viveu em Coronel João Sá.
Em nosso tempo não éramos brindados com o serviço de telefonia celular, que outras cidades próximas eram. Tínhamos que nos comunicar por telefone fixo, quem podia ter; por orelhões, já no final da minha adolescência; por cartas, e, o melhor: Por recados nutridos pelo o calor de quem os trazia.
Músicas, tínhamos na “BOATE” do meu Tio Adelmo de Zé de Caçula e na de Zelito de Sinhozinho, na minha época as outras já haviam fechado. Com um simples ligar de um som havia uma festa generalizada às sextas e domingos, sábado era fraco!
Lembro-me, também, dos shows “ao-vivo” de “Zequinha-doido”, que com suas mãos sobre os ouvidos cantarolava de um lado para o outro, deixando os mais jovens com espasmos de medo e de alegria ao ver aquele senhor de cabelos loiros cantar de um lado para o outro empunhando emoção na interpretação de todas inaudíveis músicas.
Lembro-me de “Abdias” com o seu carro invisível [Ontem o ví conduzindo o seu mais novo veículo]; A finada Rosângela, segurando o seu precioso bem [Rsrs]; Tilisco e tantas outras figuras folclóricas da minha cidade.
Como posso esquecer da praça ACM, famoso jardim, que era palco de várias partidas de futebol, bola de gudes, pinhão e, as vezes, “luta-livre”. Todos participavam, até eu que de craque de futebol tava longe, era escalado.
Nossas apostas eram cunhadas no moeda corrente da criançada [Carteiras de cigarros]. Procurávamos loucamente pelo o MISTRAL e MALBORO, que equivaleria a uma nota de 100 [Cem] Reais atualmente. Essa era a nossa moeda.
Saudade das castanholas e dos famosos “morta-fomes”, frutos que jaziam de plantas fincadas no jardim que todos comiam [Rsrrssr]. Hoje infelizmente não mais existem.
Recordo-me de Emerson de Sebastião/Claudionora, que era a diversão da praça. Ao passo que crescia, Emerson tornava-se um gigante do ponto de vista corporal, mas conservando a alma e a sensibilidade de uma criança. Os mais novos inicialmente tinham medo pelo o seu largo e comprido tamanho, mas após conhecê-lo, recheavam-se de gratidão pelo convível com aquela pessoa, inesquecível, pura e afável.
Enfim, a praça hoje encontra-se vazia, os jovens perambulam por outros cantos em meios a paredões de Som e quem sabe DEUS fazendo o quê, ou mesmo dentro dos seus quartos conectados às redes sociais, que os ligam com o mundo, mas os afastam de quem está perto.
A Praça sente saudade do finado Moisés da finada Caçulinha [Guilhermina]; de Leonardo de Maria de Raimundo [Boião] rsrs; que reside em São Paulo; da Finada Djalma gritando chamando o seu filho Robson; de Juju; Nivaldo; João, Pedro; Góis; Ramon e tantos outros.
Enfim, se eu fosse listar tantos outros fatos e pessoas que deixaram marcas de saudade, seria “estória pra muito tempo”, mas noutra oportunidade fincaremos a atenção em outra passagem e em outros amigos que faltaram ser listados.
Grande Abraço!
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