quarta-feira, 17 de abril de 2019




Sertão no Tempo: "Obrigo" de Elias
Cel. João Sá - 04/09/2017


Aos que são da década de 80 e 90, ao passar hoje pela praça ACM em Coronel João Sá - naturalmente - sentirá a ausência de um adereço que marcou época na cidade e sentirá também a sua falta.
O "Obrigo" de Elias, como chamávamos, era cravado no mais central ponto da cidade [Praça Dr. Vieira de Melo, hoje praça ACM], o cruzamento da Rua Monsenhor José Magalhães; Avenida Dr. Carvalho de Sá e travessa Fructuoso Carvalho, enfim, ficava no encontro de todos caminhos.
Era rota de passagem de quem ia ou vinha de Paripiranga; Sítio do Quinto; Carira; Adustina e Jeremoabo, além de todos os povoados do Municipio.
Era ponto de parada e partida de Ônibos; transeuntes que passeavam; de quem vinha ao Banco; a Prefeitura; de quem festejava, uma vez que todas as festas eram dadas na Praça Dr Vieira de Melo, hoje praça ACM, enfim, sem sombra de dúvidas foi lugar que por sua boa localização e outras questões marcou época em Coronel João Sá.
Nesse Abrigo, pude observar inúmeros acontecimentos e de inúmeras pessoas...
Minha lembrança mais forte é do saudoso Moacy Pereira, figura folclórica na cidade. Duvido que exista alguém que não lembre de Moacyr sem o sorriso nos lábios...
Certa feita, ao entrar no abrigo, creio que pra comprar alguma coisa, observava Moacyr no Orelhão que se localizava no interior do estabelecimento, único orelhão da cidade nos idos 95, mais ou menos...
Moacyr brigava e bradava com alguém do outro lado da linha, ao ponto de dizer que iria desferir um tiro contra ela. Foi quando colocou a mão na cintura, pegou um instrumento - creio que um revolver - vez que aquela época era comum andar armado na cidade - e mandou o alguém do outro lado da linha falar baixo, porque se não ele daria um tiro "agora". Seria o primeiro tiro telefônico do Brasil (Rsrsr).
Era uma figura! Passado o furor estava ele rindo e esquecendo qualquer mágoa!
Lembro de "Zé Ontonho dônãna" em companhia de seu amigo Moacyr. Zé Antônio era o compositor das cantirelas, e, Moacyr quem as mencionava com a sua voz rouca e com o jeito de anodotar típico.
Lembro, de igual modo, do finado Tiquinho, ainda quando trabalhava na Coelba tomando a sua tradicinonal Antarctica até encher e meiar. Hoje Tiquinho faleceu e só nos deixou na saudade...
Enfim, lembro de seu Elias, que criou sua familia honestamente e no trabalho com aquele pequeno empreendimento. Lembro de Fabinho, dona Zefa, Cristiano, de sua filha Eliane... Enfim... As lembranças daquele pequeno e acolhedor estabelecimento são enormes.
Porém, também lembro, que após a campanha política de 2000, quando o partido em que o seu Elias e a sua família votaram perdeu a eleição, foram instados a permitir a demolição do empreendimento, em troca de indenização...
Em mesmo local foi construído obra coberta e com inúmeros bancos que carinhosamente é chamado por nós Joaosaense de "Curralzinho".
E por ai vamos: Falando do passado, porque é nele que encontramos a explicação para o presente, ou o ausente. É no passado que entendemos o tempo da gente, o presente!
Grande abraço!

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